sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Firmes - Jay Adams




Eu suponho que seja uma falha. Tenho certeza que minha esposa que se lembra de cada nome, lugar, e data dos últimos cinco anos. Acho que lembra. Mas, por alguma razão, eu acho difícil lembrar detalhes do passado. Se eu disser à mim mesmo, num momento: "Lembre isto" ,eu provavelmente lembrarei. Caso contrário, somente os grandes fatos permanecem na minha peneira mental. Eu estou dizendo isto porque eu quero que você entenda que esse fenômeno não é resultado da idade avançada - Eu sempre fui assim. Porém, eu também sempre olhei para o futuro. E isso é exatamente o que eu quero fazer aqui.

Como um velhote de 79 anos, eu quero fazer uma previsão sobre o que você encontrará no futuro e como lidar com isso. Estou pensando, principalmente em você, a nova geração, que está agora a tomar o leme da igreja em mares tempestuosos. Não me vejo como um profeta, mas existem coisas que são inevitáveis - aparte de uma grande intervenção divina, do curso que o mundo está agora seguindo.
Para começar, se você não fala, você seria sábio em aprender espanhol[1]. De importância maior, você deveria familiarizar-se com os princípios do Islã. O primeiro, porque você provavelmente precisará. O segundo porque se Deus não intervir você estará lutando numa guerra contra Muçulmanos. Nenhum Cristão deveria viver, de modo a evitar esses assuntos. Mas eu não quero discuti-los diretamente.
Minha preocupação é com o abrandamento da igreja. Pra você fazer um impacto futuro por Cristo, e ser capaz de suportar tempos difíceis futuramente, essa tendência deverá ser revertida. Há um abrandamento deplorável de doutrina, de atitudes, de coragem e do linguajar. E isso tudo é justificável pela rubrica do "amor". Mas há uma vasta diferença entre amar e um espírito concessivo. Vamos examinar cada um.
Há um abrandamento na doutrina. Não é somente óbvia a falha em aceitar e ensinar as verdades fundamentais da reforma, mas há também uma excitação por parte daqueles que acreditam, em expô-las abertamente. Cristãos subestimam as gloriosas doutrinas da graça. Ao invés de se regozijarem na doutrina da expiação limitada[2] - a qual significa que Jesus Cristo é um salvador pessoal - eles conversam somente sobre os outros quatro pontos do TULIP[3]. É como se eles fossem comer duas fatias de pão, eles comem o tomate cuidadosamente numa fatia, e a alface na outra, mas rejeitam o hambúrguer entre os dois. Essa doutrina é a carne da Tulip-Burguer. Para encarar o futuro, é necessário haver um retorno decisivo à explícita e fundamental exposição das "duras" doutrinas da fé.
Há um abrandamento de atitudes. Em grande parte, isso explica a suavidade no ensino. Ao invés de regozijarem-se no grande e eterno plano de Deus da redenção diante dos amigos arminianos, eles titubeiam e gaguejam, procurando manter um bom relacionamento acima de tudo. Supondo que suas consciências não estejam cauterizadas, eles trazem um senso de culpa, por saberem que deveriam defender a verdade contra este ensino fraco e antibíblico que exalta o homem e diminui o poder de Deus. No entanto, para manterem a "paz", eles se mantêm calados.
Há um abrandamento da coragem. Obviamente, isso está por trás da atitude temerosa que conduz os crentes reformados a suprimirem sua fé. Ao longo do livro de Atos percebemos que uma palavra aparece repetidas vezes - Os apóstolos falaram "Corajosamente". Há duas palavras para coragem no Novo Testamento. Em Atos é "Parresia", que significa "falar sem rodeio, sem medo das consequências." A coragem de agir dessa maneira, poderia também ser responsável por grande parte da inefetividade do testemunho da igreja em nossos dias.
Há um abrandamento no linguajar. Um modo de falar covarde que produz fraqueza, uma linguagem insípida, por exemplo, "Eu sinto", ao invés de dizer: "Eu creio" ou "Declaro". Eles fazem uma conversa mole sobre "compartilhar" o Evangelho - Como quando alguém está relutante em doar a totalidade de alguma coisa. ( Se eu "compartilhar" minha torta, você pega só um pedaço).
Se esse abrandamento da igreja continuar, haverão mais grupos que se preocupam menos com a verdade e mais com a comunhão. Mas uma igreja que coloca a camaradagem acima da verdade é uma igreja fraca, que será incapaz de enfrentar os desafios à frente.
É tarde demais para nossa geração corrigir essas questões. Alguns de nós tentaram, mas falharam. Devemos confessar que estamos deixando uma igreja que a menos que Deus intervenha graciosamente, não poderá enfrentar os enormes desafios que essa próxima geração deverá enfrentar. Talvez Deus usará você para ajudar a fazer as mudanças necessárias, antes que seja tarde demais. Olhe ao seu redor. Pergunte a si mesmo: "Será que a igreja no seu estado atual conseguiria suportar uma perseguição terrorista? Poderia suportar uma onda de catolicismo romano que pode no tempo, - na geração de vocês - tomar conta do país? Em sua confusão, fraqueza, ela seria uma presa fácil para esses ou outros acontecimentos. Não leve em conta apenas por que eu disse - vá em frente, abra seus olhos espirituais. O que você vê?
Você contribuirá para uma suavização maior ou você permanecerá firme e valente pela verdade?  Não estou sugerindo crueldade ou grosseria, mas estou defendendo mudanças drásticas para firmar as quatro áreas mencionadas acima. Participe da solução ao invés de perpetuar o problema!
Autor: Jay Adams
Original: Aqui
Tradução: Rafael Costa Ferreira
Revisão: Ivan Junior




[1] O autor é americano, por isso a recomendação do espanhol e não do inglês.
[3] Refere-se aos chamados cinco pontos do calvinismo. Veja: http://restaurandoamente.blogspot.com.br/2012/07/salvacao-uma-obra-de-deus-somente.html

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