Uma
objeção comum ao calvinismo é: visto que é Deus quem converte o pecador e todos
os seus eleitos serão um dia convertidos, então a evangelização se torna
inútil. Essa objeção é realmente tola, podemos responder a ela simplesmente
dizendo que Deus determina os fins e também determina os meios, e determinou a
pregação do evangelho como meio de salvar os seus eleitos (Ver cap 9 e 10 da
epístola aos romanos).
E
o fato de sabermos que o a Salvação pertence totalmente a Deus, é um estímulo
ao evangelismo, pois sabemos que poderemos ser bem sucedidos na evangelização
se nossa evangelização atinge alguém que faz parte do povo de Deus. O fato de
saber que Deus tinha um povo em Corinto foi um estímulo para que Paulo
permanecesse nessa cidade (At 18.9-11). Nós apenas lançamos a semente, que é a
Palavra de Deus sem saber ao certo qual solo essa semente vai atingir (Lc
8.4-15).
Porém
a intenção desse post não é apenas se defender da acusação de que a
evangelização é inútil num contexto calvinista (muito mais poderia ser dito em
respeito a isso) mas tentar pensar na evangelização em um contexto calvinista.
A
Evangelização Arminiana, apresenta um “deus” que estende as mãos desesperadas
ao pecador, um “deus” que ama ao pecador e que tem um plano maravilhoso para
sua vida. Cabe ao pecador apenas julgar se ele realmente precisa desse “deus”
que o quer desesperadamente, cabendo ao pecador o direito apenas de decidir se
quer realmente esse “deus”.
Porém
esse “deus” não é o Deus das escrituras, o Deus verdadeiro “Nem é servido por mãos humanas, como se
de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e
tudo mais;” (At 17.25). Devemos
proclamar que o Deus Criador (Gn 1.1, Hb 11. 3, Sl 33.9), que fez e sustenta
todas as coisas (Hb 1.3, Mt 10.29-30) é um Deus Santo (Is 6.3, Ap 4.8) que não
pode tolerar o pecado. Portanto nossa ênfase não deve ser que Deus precisa do
homem, mas que antes de tudo o homem precisa desesperadamente de Deus.
Afastados de Deus estamos em um estado de pecado e miséria (Rm 5.12, Rm
3.10-18, Gl 3.10), estamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.1) e somos
totalmente merecedores de beber do cálice da Ira de Deus eternamente ( Ap
14.10-11)
Porém
aprouve ao Senhor, não porque ele disso precisasse (At 17.25), mas somente pela
misericórdia que ele teve por um povo que escolheu antes da fundação do mundo,
para que a Ele fosse toda a Glória (Rm 9.23, 3.26) enviar seu filho para beber
do cálice de sua ira (Mt 26.36-46) no lugar de todos aqueles que por adoção (1
Jo 3.1, Jo 1.12, Rm 8.14-17) se tornarão um dia também seus filhos, e então
todo aquele que nele crê não perecerá, mas terá a vida Eterna (Jo 3.16).
Portanto,
pode estar certo que se você é um cristão, você não foi salvo porque você tenha
em si mesmo algum valor, se fosse assim a salvação não seria pela Graça (Rm
4.4-5), mas Ele o salvou simplesmente por ser misericordioso e para que a Ele
fosse dada toda a Glória. O valor do homem está em ter sido criado a imagem e
semelhança de Deus (Gn 1.27), mas em si mesmo o homem não é nada. Se você não é cristão, esteja certo que Deus
em nada será acrescentado de você crer nele, Ele continuará sendo o mesmo (Tg
1.17, Ml 3.6), porém sem Ele você será entregue a si mesmo (Rm 21.28-32) e
perecerá eternamente. Portanto, ó homem, Deus não precisa de você, mas você
quem é sem Deus?
Sei
que isso não é uma mensagem muito popular. Porém quando o evangelho verdadeiro
é pregado, menos não cristãos estarão em nossas igrejas, pois para eles essa
mensagem tem cheiro de morte (2 Cor 2.15-16). Quando o evangelho é pregado
alguns creem, outros zombam (At 17.32-34). Alguns que no início creem não
resistem aos primeiros desafios (Lc 8.13-14), porque não crerão
verdadeiramente.
Muitos dirão que essa
mensagem é nociva a nossa auto-estima, precisamos dizer ao homem que ele se
sinta bem consigo mesmo, porém para esses deixamos as palavras de Cristo “Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á;
e quem perder a vida por minha causa achá-la-á.” (Mt 16.25)
Autor: Ivan Junior
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