sábado, 17 de maio de 2014

Igrejas Problemáticas

“Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco.” (1 Cor 13.11)

Qualquer pessoa que tenha feito parte ou faça parte de uma igreja há algum tempo terá percebido algo triste. Perceberá que as pessoas da igreja não são aquilo que deveriam ser, que dentro da igreja há inveja, partidarismo, pessoas que trabalham em busca da glória dos homens e não para Glória de Deus. E o pior saberá que dentro da Igreja há pessoas que fazem coisas que seriam reprendidas mesmo no mundo.


É importante notarmos que as coisas sempre foram de certo modo assim. No povo de Israel, vemos Jeremias dizendo que muitas vezes os Israelitas se comportavam pior que os ímpios.   “Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto que não eram deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua Glória por aquilo que é de nenhum proveito. Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai estupefatos, diz o SENHOR.” (Jeremias 2.11-12)

É quase inevitável que isso nos desanime na caminhada cristã, que nos leve as vezes até mesmo a pensar em largar a Igreja, meditando sobre isso não podemos deixar de olhar uma importante Igreja neotestamentaria, a Igreja de Corinto.

A Igreja de Corinto era uma Igreja dividida, havia aqueles que se diziam de Paulo, outros de Pedro, outros de Apolo e os mais “espirituais” que se diziam de Cristo. O orgulho era outro problema na Igreja, aqueles que tinham o dom de línguas se consideravam superior, por isso Paulo enfatiza que a importancia de todos os dons e nesse contexto no capítulo 13 faz uma das mais belas declarações sobre o amor. Na Igreja de Corinto havia até o mesmo o caso se alguém que tinha um relacionamento com a madrasta e a Igreja nada fez a respeito. Na sua segunda carta Paulo tem que exortá-los a receber novamente o pecador arrependido (não sabe-se se era aquele que tinha o relacionamento com a madrasta), uma Igreja que passa da tolerância ao pecado a falta de misericórdia em pouco tempo. Outro problema na Igreja era a ceia, mesmo nesse importante sacramento instituído por Cristo as divisões se faziam presentes, haviam aqueles que comiam demais na ceia e outros que até mesmo se embriagavam. Além de tudo essa Igreja não respeitava nem um pouco o apóstolo Paulo, apóstolo esse que mostra claramente em suas cartas como se importava com essa Igreja, há ponto de gastar um tempo explicando em sua segunda carta porque teve que ser duro com as palavras.

E qual a mensagem final de Paulo a essa Igreja porblemática que infelizmente se parece muito com grande parte das Igrejas hoje? “Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco. (1 Cor 13.11)” Apesar de tudo Paulo sabia que parte da noiva de Cristo, do verdadeiro povo de Deus estava nessa Igreja e não despede-se com palavras de maldições mas com uma palavra de encorajamento de quem aprendeu a amar mesmo uma Igreja problemática.


A lição que podemos tirar de tudo isso é que por maiores que sejam os problemas dos membros de nossas Igrejas, isso não é novidade e nem mesmo motivo para abandonarmos tudo, mas um motivo para orarmos e aprendermos como o Apóstolo Paulo a amar e saber que parte do verdadeiro povo de Deus está mesmo nas Igrejas problemáticas, e que vale a pena trabalhar pela noiva do cordeiro sempre, “a igreja de Deus, a qual Ele comprou por seu próprio sangue”(Atos 20.28) por maiores que sejam os problemas.

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