quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

1 Coríntios 1.26-29

Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.” (1 Coríntios 1.26-29)

Grande parte dos problemas da Igreja de Corinto estavam relacionados ao orgulho, era o orgulho que fazia uns se dizerem de Paulo, outros de Cefas e outros de Cristo. Era o orgulho que fazia um irmão considerar-se mais que o outro de acordo com algum dom que Deus tenha concedido a esse. Para quebrar qualquer orgulho Paulo precisa deixar claro que Deus não escolhe ninguém baseado naquilo que as pessoas são, pelo contrário, escolhe aqueles que nada são.

Essa verdade enfatizada pelo apóstolo Paulo está presente em toda Bíblia. Comecemos por Abraão, não vemos na Bíblia que a escolha do patriarca tenha sido feita baseada em uma característica dele em especial, “disse o SENHOR  a Abrão: Sai da tua terra...” . O Patriarca já era um homem idoso, e sua mulher Sara já tinha “cessado o costume das mulheres” quando lhes foi prometido uma descendência. Deus escolheu um idoso e uma idosa como pais de uma nação. Podemos continuar falando de Jacó, um enganador,  usurpador. Jacó não seria o herdeiro natural por não ser o primogênito, apesar da promessa antes do nascimento dele envolver ele. Além de tudo era um trapaceiro e enganador, no entanto Deus escolheu ele como pai da nação de Israel. Jacó gostava de Raquel, foi enganado pelo sogro quando casou com Lia. Porém, de Lia a rejeitada venho o primogênito, de Lia vieram seis filhos e uma filha, entre eles Levi, de quem viriam os sacerdotes e Judá do qual viria Davi e depois Cristo.
Dentre os filhos de Jacó, Deus escolheu o mais novo para salvar sua própria família e o seu povo, aquele que era odiado pelos irmãos foi colocado em posição superior a esses.

No período dos juízes poderíamos citar o mal falado Sansão, alguém que quebrou os votos que fez e com uma cegueira quase infantil foi enganado pela mulher que amava. No entanto depois de arrepender-se na sua morte foi usado para cumprir a promessa que lhe foi feita antes do nascimento “começará a livrar Israel do poder dos filisteus”.
O que poderíamos dizer de Rute, uma moabita, mulher de um povo inimigo de Israel, povo que descendia da relação incestuosa de Ló com sua filha. No entanto Deus usou essa mulher não só como instrumento para resgatar a sua sogra Noemi, mas a usou para ser bisavó de Davi.
E Davi, mais um exemplo de que a escolha vem de Deus, dentre os filhos de Jesse Davi seria a última escolha de Samuel, no entanto o filho que restou no campo a quem nem o próprio pai imaginara rei foi o escolhido de Deus para o cargo. O reinado de  Davi continua não no primogênito, mas continua em Salomão filho de Bate-Seba, mulher com a qual Davi adulterou ,e por isso o primeiro filho morreu, porém do segundo filho venho aquele que seria o rei mais sábio de Israel.
Ezequias, rei que restabeleceu o culto a Deus era filho do terrível rei Acaz, rei que queimou até seus próprios filhos a deuses estranhos. Josias assim como Ezequias era filho do idólatra rei Amom e também foi usado por Deus para restaurar Israel.
Foi um copeiro do rei, Neemias que Deus utilizou para liderar a reedificação dos muros de Jerusálem.
Já no novo testamento, vemos que não foi em nenhuma cidade grande e sintuosa que Cristo nasceu, mas na pequena Belém. Não foi em um palácio mas numa manjedoura. Seus discípulos não foram os (que se consideravam instruídos) fariseus, mas entre eles estavam pescadores e cobradores de impostos.
E para que o evangelho chegasse aos gentios, cumprindo uma promessa que havia sido feita a Abraão, Deus escolheu um zeloso fariseu, Saulo de Tarso, um ardente perseguidor de cristãos tornou-se perseguido por Cristo e Deus o usou para que o evangelho chegasse até a grande Roma.
Poderíamos ainda encontrar outros exemplos bíblicos, encontraríamos muitos, poderíamos na história olhar para Agostinho, Lutero, Calvino, John Knox, Edwards, Lloyde-Jones e chegaríamos a mesma conclusão que “Deus escolheu as coisa loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes”.

Sabendo que desse modo Deus faz as coisas como poderíamos nós ainda nos orgulhar, a não ser que cumpramos a ordem do apóstolo “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor”.
Isso não só deve derrubar o nosso orgulho, mas deve exaltar a nossa esperança, certamente olhando para a Igreja, para os homens e mulheres que fazem parte dela não restaria a nós muitos motivos de esperança. Mas Deus pode usar, e constantemente usa os fracos, Deus pode usar quem hoje zomba do evangelho como um grande pregador, pode usar pessoas desconhecidas como instrumentos de grandes reavivamentos.
Portanto, devemos nos despir de todo orgulho e desesperança, não somos nada mas Deus pode nos usar, louvado seja o nome do Senhor.

Autor: Ivan Junior

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