Quando os incrédulos
atacam a fé cristã, provavelmente a questão mais difícil proposta por eles é o
chamado “Problema do mal”. O Problema seria basicamente esse, se Deus é bom, e
Todo-Poderoso como pode existir o mal? Se ele não pode reter o mal então Ele não
é todo poderoso, se Ele pode e não faz então Ele não é bom. Para lidar com essa
questão queria destacar apenas alguns pontos.
1. Não precisamos dar
desculpas para Deus
O fato de muitos
cristãos terem dificuldades para compreender algumas coisas, está no fato delas
criarem padrões para Deus que não estão na Bíblia, e depois não conseguirem
encaixar o Deus da Bíblia nesse próprio padrão. É importante entendermos que a
Bíblia é um livro sobre Deus, que Deus não criou o homem como um objeto para
adorar e sim para sua própria Glória.
Dito isto, quando lemos
livros como o livro de Jó, ou do profeta Habacuque que lidam com a questão do
sofrimento, essa questão não é respondida de modo a dizer que Deus “não sabe”
ou que algo fugiu do “Seu controle”, pelo contrário, a Soberania de Deus é
realçada.
Isaías diz “Eu
formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu o SENHOR, faço todas
estas coisas” (Isaías 45.7). Porém é importante temos em mente algo,
Deus decretar e ter controle sobre o mal é diferente de dizer que Deus possa
pecar, um pecado é a transgressão de um mandamento de Deus e para Ele pecar ele
teria que determinar que Ele não pudesse fazer algo e então transgredir esse
mandamento. Portanto o fato de Deus ter total controle sobre o mal não
significa que ele seja mau, como a Bíblia diz tudo que Ele faz é bom e justo
por definição.
2. O amor de Deus
demonstrado na Sua soberania sobre o mal
Bahnsen, responde a
questão do mal[1], dizendo que não há
nenhum problema se reconhecermos que pode haver uma razão moralmente boa para
Deus ter determinado o mal. Como dissemos anteriormente, não precisamos de
desculpas da parte de Deus, “Quem és tu, ó homem, para discutires com
Deus?!”(Romanos 9.20), porém podemos entender que há um propósito
maravilhoso na existência do mal. Como diz Jonathan Edwards[2]:
"É algo apropriado
e excelente que a infinita glória de Deus resplandeça; e pela mesma razão, é
apropriado que o brilho da glória de Deus seja completo; isto é, que todas as
partes de sua glória devam resplandecer, que cada beleza deva ser
proporcionalmente fulgurante, a fim de que aquele que olha tenha uma noção
adequada de Deus. Não é apropriado que uma glória deva ser excessivamente
manifesta , e outra não ...
Assim, é necessário que
a aterradora majestade de Deus, sua autoridade e terrível grandeza, justiça e
santidade devam ser manifestas. Mas não poderia ser assim , a menos que o
pecado e a condenação tivessem sido decretados; ou o fulgor da glória de Deus
seria por demais imperfeito, tanto porque essas partes da glória divina não
resplandeceriam tanto quanto as outras, e também porque a glória de sua
bondade, amor, e santidade seria apática sem elas; não, elas ilustrariam de
forma pobre seu fulgor.
Se não for certo que
Deus deveria decretar e permitir e punir o pecado, não poderia haver nenhuma
manifestação da santidade de Deus pelo ódio ao pecado; ou em, pela sua
providência, preferir a piedade [em lugar do pecado]. Não haveria nenhuma
manifestação da graça de Deus ou verdadeira bondade, se não houvesse pecado a
ser perdoado, ou miséria a ser revertida. Por mais felicidade que ele
concedesse, a sua bondade não seria mais estimada ou admirada...
Assim, o mal é
necessário, para felicidade maior da criatura, e a perfeição da manifestação de
Deus, para a qual ele fez o mundo; porque a felicidade da criatura consiste no
conhecimento de Deus, e no senso de seu amor. E se o conhecimento dele é
imperfeito, a alegria da criatura deve ser proporcionalmente imperfeita."
Outro ponto a ser
considerado, ninguém pode dizer que Deus não se importa com o mal, pois “E
o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1.14). Ainda que seja
para manifestar a sua Glória, o que é algo apropriado e excelente como observou
Edwards, Deus se fez carne, e sofreu as consequências do pecado através da
morte e morte de Cruz.
3. A existência do mal é
um problema para o incrédulo
Porém, replicamos ao
incrédulo, com que base você afirma que existe o mal? Se não há um padrão
perfeito de bondade como revelado pelo próprio Deus como pode existir o mal? A
existência do mal é evidência da verdade do Cristianismo. Mesmo os
incrédulos “mostram a norma da lei gravada no seu coração,
testemunhando-lhes também a consciência e os pensamentos, mutualmente
acusando-se ou defendendo-se” (Romanos 2.15). Porém há esperança mesmo
para eles em Cristo, que não ignora a existência do mal, mas pelo seu sacrifício
demonstrou a Glória, Santidade e Justiça do Nosso Deus, permitindo que possamos
dizer “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus
veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” (1
Timóteo 1.15)
Autor: Ivan Junior
Para maior entendimento
da questão recomendo os seguintes textos:
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