segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Uma só carne - Jay Adams


Os liberais possuem um jeito de renomear às coisas para torná-las aceitáveis.  Quando o ex-Presidente Clinton cometeu adultério ele chamou isso de um “engano”. É claro, foi pecado. Todos sabem que as palavras “escolha” e “feto” têm sido usadas para justificar assassinato. Recentemente, influentes autores politicamente corretos cunharam a frase “casamento de pessoas do mesmo sexo”. No entanto, de uma perspectiva bíblica, um nome adequado para essa atividade seria “homossexualidade legalizada.”.

Independentemente da tentativa de parceiros do mesmo sexo de justificar o “casamento” ao declararem em uma cerimônia que eles serão fieis um ao outro, Deus não irá perdoar ou aceitar os atos deles – mesmo se o estado eventualmente o faça. De fato, fazer votos para permanecer em tal relacionamento pecaminoso somente agrava a situação. Além disso, a igreja do Senhor Jesus Cristo nunca deve participar nem promover a legalização da homossexualidade. “Ministros” que o fazem seja por boa-vontade ou por coerção (caso venha chegar a isso) desse modo desqualificam a si mesmos como servos de Jesus Cristo. Em contraste, é nosso dever e alegria afirmar a visão bíblica do casamento – a união de uma mulher e um homem. Na Bíblia, vários fatos são claros: Foi o próprio Deus que uniu um homem e uma mulher em casamento (Gen. 2:22). Casamento, portanto, é uma instituição divina , não humana (Mat. 19:6). Consequentemente, Deus, não o homem, tem o direito de definir os termos da instituição.
E, como em outros artigos nessa edição do Tabletalk[1] vão deixar claro, homossexualidade e lesbianismo não são “naturais” (Rom. 1:6, 27). Quando Paulo usa a palavra phusis, para simbolizar aquilo que é contrario a “natureza”, ele fala de um ato que é contrário a criação – contrário ao modo do qual Deus designou os seres humanos para funcionarem sexualmente.
Não é como se os cristãos rebaixassem ou se opusessem a atividade sexual. Muito pelo contrário. Quando, dentro dos laços do casamento piedoso, o casal se compromete propriamente nas atividades sexuais, o leito conjugal é “despoluído”. De fato, para dissipar falsas, noções assépticas, o escritor dessas palavras urge todos os cristãos que “o casamento deve ser honrado” (Hebreus 13.4 NVI[2]). A visão distorcida que algumas pessoas têm do ensinamento cristão sobre sexualidade levaria você a acreditar que nós pensamos que o diabo, não Deus, foi à fonte dele. Muito pelo contrário, Deus requer a máxima expressão da atividade sexual amorosa, uma expressão que pode ser devidamente iniciada pelo marido ou pela esposa (1 Cor. 7:4-5). E é nessa mesma passagem que Paulo adverte que a falha em satisfazer os desejos sexuais do cônjuge leva a tentação por Satanás. Claramente, então, o casamento piedoso deve ser encorajado em todos os sentidos.
O casamento tem muitos propósitos, um deles é a procriação. Que é um assunto em si. Mas, nesse estudo, de maior importância é o fato que o casamento é para ser uma “realização” em si mesmo – algo que não é possível em um relacionamento homossexual. Na providência de uma parceira de casamento para Adão, Deus disse “far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” (Gen. 2:18). A palavra hebraica traduzida como “idônea” na versão Revista e Atualizada significa literalmente, “que se aproxima a outra coisa.” Se você corta uma laranja[3] perfeitamente em duas, as metades vão se ajustar exatamente quando localizadas em adequada justaposição uma a outra. Mas se você dividir com um corte irregular nenhuma das duas peças irá encaixar com qualquer uma das metades do fruto anteriormente seccionado. São somente aquelas metades que se aproximam exatamente uma da outra que fazem um inteiro adequado. É o conceito de inteireza compartilhada que é inerente na passagem de Gênesis.
Homens e mulheres foram projetados para se tornarem “uma só carne” (Gen. 2:24). Mas não pode haver unidade a parte de um parceiro ou parceira que se tornam acessível um do outro em cada ponto. Essa “unidade” não é para ser pensada como meramente uma união sexual (embora ela certamente inclua isso). Preferencialmente, no pensamento hebreu, o termo “carne” refere-se não somente ao corpo físico, mas também a pessoa inteira. Quando Moisés descreveu a destruição da raça humana inteira (Exceto Noé e sua família), ele descreveu essa catástrofe como “o fim de toda carne”(Gen 6.13 ACF[4]). Certamente, ele se referia a mais que corpos quando usou essa frase. Antes, de um modo similar ao nosso uso da palavra “everybody”[5](Pela qual usamos nos referindo a mais do que carne e ossos), quando ele usa a palavra hebraica “carne” ele quis dizer “pessoa”.  Tornar-se “uma carne,” então, é tornar-se “uma pessoa”. Homens e mulheres cônjuges não somente se ajustam perfeitamente sexualmente, mas a masculinidade e feminilidade “preenche” ou “completa” um ao outro em cada detalhe. Os dois constituem um “inteiro”. Em um casamento adequado, o homem tem a oportunidade de ver o mundo por meio dos olhos femininos de suas esposas, e as mulheres pelos olhos masculinos dos maridos delas. Minha esposa trouxe cortinas de rendas em minha vida, eu trouxe botas sujas de lama na dela (algumas vezes sujando suas cortinas!). Relacionamento entre pessoas do mesmo sexo carece inteiramente de tal visão expandida do mundo.
O que dizer dos solteiros? Ele ou ela devem ter carência dos benefícios dessa perspectiva dos casados para sempre? Talvez, mas Deus compensa isso. Quando Jesus falou da indissolubilidade do casamento, exceto por adultério e deserção, os discípulos (que sem duvida conheciam os ensinamentos do Rabino Hillel de que quase qualquer coisa desagradável poderia constituir base para o divórcio) disse, “Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar.” (Mateus 19.10). Agora, claro, eles casaram de qualquer modo (1 Cor 9.5). Mas, em resposta a resposta precipitada deles, Jesus explicou que nem todo mundo tem a capacidade de viver a vida de solteiros, a qual Ele declarou é somente “aqueles a quem é dado” (Mat 19.11). Claramente, para compensar o fato que “Não é bom que o homem esteja só” (Gên 2.18[6]), Deus concede dons a tais pessoas para “capacitá-las” para um serviço especial,  ministerial completo, no qual Ele espera então que elas o executem. (veja Gen 3.12b; 1 Cor 7.7).
Casamento, desempenhado de um modo escritural, fornece grandes benefícios. É somente necessário ler Efésios 5:21-33 para entender como, em refletir o relacionamento de Cristo e Sua igreja, casamento pode fornecer uma das maiores alegrias possíveis. No que é amor, carinho, relacionamento íntimo, sexo sem restrições e assim por diante. Quanto Deus quer explicar a plenitude da futura glória que nós teremos em união com Cristo, Ele escreve “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.” (Apocalipse 19.7-9)
Para descrever o perfeito, glorioso evento, perceba que Deus usa a metáfora do casamento. A partir disso, nós deveríamos aprender não somente que o casamento é bom e santo, mas que Deus pretende que ele seja uma benção maravilhosa a humanidade. Quão trágico é corromper e manchar seus atributos ao usar a palavra casamento para descrever homossexualidade legalizada! Pela misericórdia, apesar de a homossexualidade ser um modo de vida pecaminoso, e não um problema genético, Paulo torna claro que é possível para um homossexual ser “lavado” de sua contaminação por meio da graça salvadora de Jesus Cristo. Porém, não são somente os incrédulos que são capturados nesse pecado que Deus irá repreender severamente, mas também aqueles Cristãos que falham em exibir e aproveitar tudo que o casamento pode ser. Uma coisa é condenar a homossexualidade; outra  é viver uma vida conjugal que por si só o condena por contraste. E é então, nosso privilégio não somente estabelecer os prazeres dessa maravilhosa instituição ordenada por Deus, mas pelo modo nos quais nós honramos o casamento nós expomos a glória de Deus.
Aqueles que lerão essas palavras são principalmente crentes em Cristo. Se, acidentalmente, alguém que não é parte do Povo d’Ele estiver lendo, deixe me exortá-lo para que entre no  maior relacionamento possível tanto agora como pela eternidade ao tornar-se parte da noiva de Cristo. Essa noiva é Sua igreja, há qual um dia será “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.”(Efésios 5.27). Que transcende até mesmo o sexo (Mateus 22.30).
Autor: Jay Adams é um professor, autor e orador aposentado, que reside em Enoree, Carolina do Sul, EUA.
Tradução: Ivan Junior
Revisão: João Vitorino Franco Filho
Original: Aqui 

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