sexta-feira, 15 de junho de 2012

Devo ter amizade com não cristãos?

Minha resposta aqui vai ser diferente da resposta que muitas vezes é dada a essa pergunta. Muitos cristãos na tentativa de parecerem “legais” ao olho do mundo se baseiam no fato de Cristo ter andado com pecadores para justificar amizade com nãos cristãos, ou se baseiam no fato de que temos que ser Luz e por isso temos que estar no meio dos não cristãos para levar a Palavra, temos que ser “fraco para com os fracos”(1 Cor 9.22) para ganha-los para Cristo.
Será que é realmente isso que a bíblia ensina, nesse texto vamos tentar compreender isso. Primeiro devemos atentar a questão de que Cristo não manteve amizades com não cristãos, se olharmos nos evangelhos veremos que Ele era amigo de pessoas que eram realmente cristãs, como Lázaro, Marta e Maria. Vemos também que Ele sempre pregava quando estava no meio dos pecadores, cumprindo seu oficio de profeta. Não há menções de Cristo participando de qualquer tipo de cerimônia pagã ou algo do tipo.
Cristo realmente nos diz que devemos ser luz e sal na terra (Mt 5.13-16), que nós não devemos sair do mundo (Jo 17.15), e no final do evangelho de Mateus ele deixa claro que devemos ensinar as nações (Mt 28.19-20). A Bíblia não recomenda que vivamos separados do mundo em mosteiros, mas de certa forma devemos viver no mundo de uma maneira diferente, sendo embaixadores (2 Cor 5.20; Ef 6.20) da Palavra.
Com isso em mente devemos entender que nosso relacionamento com não cristãos deve ser no sentido de evangeliza-los, sem manter com eles nem um tipo de relacionamento mais profundo. Várias passagens bíblicas nos advertem sobre o relacionamento com incrédulos, citarei apenas algumas:
“Pv 4.14-15   Não entres na vereda dos perversos, nem sigas pelo caminho dos maus. Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo;”
“Sl 26.4-5 Não me tenho assentado com homens falsos e com os dissimuladores não me associo. Aborreço a súcia de malfeitores e com os ímpios não me assento.”
“Sl 101.4-5 Longe de mim o coração perverso; não quero conhecer o mal. Ao que às ocultas calunia o próximo, a esse destruirei; o que tem olhar altivo e coração soberbo, não o suportarei.”
"1 Cor 15.33   Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costume”
 A Bíblia também é severa em relação a relacionamento com cristãos que não se arrependem de seus pecados:
 “1 Cor 5.11   Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais.”
 E também em relação a nossa amizade com o mundo:
 “1 João 2.15   Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele;”
“Tiago 4.4   Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.”
 O texto que alerta de modo mais veemente sobre isso é o Salmo 1:
 “Salmo 1.1   Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.”
 Esse texto mostra três estágios de afastamento:
1.   Anda no conselho dos ímpios: Ouvir o ímpio
2.   Não se detém no caminho dos pecadores: Fazer dos pecadores nossa companhia.
3.   Nem se assenta na roda dos escarnecedores: Começar a zombar de Deus e de sua palavra.
 E então de quem eu serei amigo? O mesmo Salmo nos dá um conselho fabuloso:
 “Salmo 1.2   Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.”
Isso não significa que eu não deva ser amigos de outros cristãos:
“Salmo 119.63   Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos.”
 Se nosso prazer está na Palavra, ela também estará com aqueles que a guardam, com aqueles que têm a “mente de Cristo” (1 Cor 2.16) e que levam “todo pensamento cativo” (2 Cor 10.5) a Palavra de Deus.
Devemos nos associar com não cristãos para pregar o evangelho, e permanecer no mundo como embaixadores (1 Cor 5.20, Ef 5.20) mas não devemos ouvir os seus conselhos ou compartilhar com eles os nossos problemas.


Autor: Ivan Junior

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